Ainda comemorando o Dia do Técnico, que ocorreu em 23 de setembro, um tema extremamente importante no cenário atual é do Mercado de Trabalho do Técnico Industrial. E neste texto tentaremos expor questões que estão presentes em nosso dia a dia e que, muitas vezes, passam despercebidos.
Que a Indústria 4.0 está posta no ambiente dos técnicos, não é novidade para ninguém, mas essas mudanças tão abruptas somadas à saída do Reino Unido da União Europeia e a crise entre EUA e China, fazem com que o sistema produtivo do mundo fique em desequilíbrio e a desigualdade se eleve – não só no Brasil.
E para acompanhar esta demanda existem alguns requisitos de formação que também se alteraram. Profissionais Técnicos, que com base em avaliações feitas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), têm um pensamento crítico mais presente que os Engenheiros, devem estar prontos para:
- Resolverem Problemas Complexos em seu Cotidiano;
- Fazerem a Gestão de Pessoas, pois hoje falta capacidade de diálogo e capacidade relacional. Por consequência é preciso saber lidar com as diferenças, sejam elas geracionais ou de convivência, por exemplo;
- Ter Flexibilidade Cognitiva e estar aberto a acreditar em outras propostas;
- Ter Capacidade de Coordenar Trabalhos e Equipes;
- Ter Pensamento Crítico
- Ter Orientação para Servir
- Ter Capacidade de Tomada de Decisão em Tempo Hábil
- Ser Criativo (pense em como encontrar outros caminhos que não aqueles que já estão apontados);
- Ter Capacidade de Negociar e, com isso, encontrar um ponto em comum neste processo;
- Ter Capacidade Emocional.
Lembrando que todos estes pontos específicos foram debatidos e colocados no pelas lideranças do Fórum Econômico Mundial.
DADOS SOBRE A FORMAÇÃO TÉCNICA E MAIS!
Alguns dados importantes e tirados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para quem tem a Formação Técnica são:
- Estes profissionais ganham mais do que aqueles que não têm tal formação;
- Os Técnicos trabalham praticamente na mesma quantidade tanto no setor público quanto no privado, ou seja, há oportunidades também no setor público;
- A média de Técnicos no Brasil é de 2% apenas, extremamente baixa se comparado com a Alemanha, que conta com mais de 70%.
Com tudo isso dito, precisamos pontuar também que logo após a Reforma Trabalhista, 83% dos empregos se tornaram intermitentes ou parciais (e isso é uma tendência mundial).
E agora, com aplicativos como Uber, IFood e Airbnb, só para citar alguns, tivemos maior contato com a economia GIG, aquela que gera trabalho mas não empregos. Isso causa uma precarização nas relações trabalhistas, pois o indivíduo não pode se aposentar, não pode ficar doente e não pode tirar férias pois não contribuiu com nada.
Para se prevenir, alguns governos tomaram medidas drásticas. O Reino Unido e a Califórnia impuseram a Uber as mesmas características dos táxis, ou seja, alvará, vistoria nos carros, recolhimento de contribuições e outros impostos. Tudo isso para quebrar uma organização social de barateamento excessivo de mão de obra.
E mesmo que os ganhos salariais estejam muito baixos no mundo todo, as economias avançadas estão de uma forma ou de outra, levemente estabilizadas, mas, também, muito fragilizadas.
AS ESCOLAS E AS INOVAÇÕES
Dentro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) faz-se um parâmetro sobre a demanda colocada pelas empresas e as demandas de formação.
E o Reitor da IFB, Wilson Conciani, aponta que a escola promete que desenvolverá o aluno em características como criatividade e inovação, mas não é isso que encontram, tudo isso, somado às novas tecnologias vão sendo aprendidas com o tempo, “pois elas não são as mesmas de ontem e não serão as mesmas de amanhã. Precisa-se de uma base de conhecimento científico para aprendermos”.
E notem! Em 2014, a Grécia teve uma das piores taxas de desemprego do mundo e um dos mais baixos índices de inovação, ou seja, quanto menos inovarmos, maior será o desemprego. E, dando sua colaboração, Conciani expressa que “a formação técnica fará com que saiamos deste período tão oscilante. Precisamos formar ainda mais técnicos. Temos tão poucas escolas, e, por consequência, temos falta de tudo”.
Mais uma das coisas que precisamos ter em mente é que, por conta dos impactos da Indústria 4.0, profissões como padeiro, pedreiro ou pintor, poderão desaparecer num curto espaço de tempo. Por isso há a necessidade de formarmos profissionais de nível técnico o quanto antes.
E o Reitor da IFB relembra que “a educação profissional não é feita apenas de cursos técnicos mas de uma gama de formações técnicas que são essenciais para manter o país” cita Wilson Conciani (Reitor do IFB).
Na época em que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, ele conseguiu tirar o país do abismo e uma das principais estratégias foi abrir escolas e formar técnicos, principalmente os industriais de nível médio.
MAS O QUE É INOVAÇÃO?
Esta é uma pergunta extremamente abrangente, mas que pode ser resumida na seguinte frase: é a exploração de qualquer nova ideia, produto, serviço, processo ou qualquer outra coisa.
E um Técnico estará em contato com alguns tipos de inovações como:
- A Inovação Radical: aquela que é totalmente nova.
- A Inovação Incremental: que é inserida aos poucos na sociedade (a inserção de internet e aplicativos para celulares é um exemplo);
- E a Inovação de Processo: aquele de melhoramento contínuo.
Como complemento, precisamos focar que há uma necessidade de diminuirmos as tensões políticas em âmbito nacional e mundial. E só assim sairemos desta crise desesperadora e teremos uma retomada dos empregos e da economia.
Apesar disso, passaremos por isso fortalecidos, mesmo que a crise tenha se instaurado de maneira tão forte.
E para trazer uma esperança, Wilson Conciani finaliza apontando que “o nicho mais interessante em todas estas discussões é do Técnico Industrial de Nível Médio. O mundo entendeu que se não retomarmos a indústria, não tem como sobreviver, não tem como passar. E lembre-se não é uma indústria qualquer. É aquela não poluente, justa e que seja automatizada”.
E você, concorda com a opinião dele sobre o Mercado de Trabalho do Técnico Industrial? Comente com a gente!