Você sabe o que é MVNO? É um tipo de tecnologia que impactará o mundo dos provedores. Mas antes disso, existe a necessidade de entendermos certas mudanças ocorridas em nosso país nos últimos dez anos.

Começamos pela infraestrutura, que agora é totalmente diferente. E se antes o cliente queria “apenas” uma internet de qualidade, com a chegada da era virtual este comportamento foi alterado. O usuário está mais bem informado, pois qualquer dúvida é sanada com alguns cliques, podendo, desta forma, decidir em qual empresa quer investir seu dinheiro.

Vale destacar outros dois tópicos:

• Antes da pandemia do Covid-19, os brasileiros utilizavam relativamente pouco a internet. Mas houve um aceleramento deste cenário, deixando-os mais tecnológicos e cientes dos pontos fortes e fracos de cada produto;
• O Brasil tem extensão territorial continental e cada usuário tende a ter necessidades diferentes. As prestadoras precisam se antecipar e trazer soluções aos mais variados perfis.

Um cliente hard user dará atenção a velocidade, estabilidade, disponibilidade, latência e etc. Mas a maior parte destes usuários será de pessoas que usarão a internet para assistir a vídeos no Youtube, entrar em redes sociais ou conversar pelo Whatsapp. Para ter a adesão é viável que outros elementos estejam contemplados ali, como serviços de valor agregado (planos com pacotes completos fidelizará o cliente e deixará sua marca muito mais forte).

AGORA SIM: O QUE É MVNO?

Além do MVNO (Mobile Virtual Network Operator), outras siglas serão comentadas aqui: MVNE (Mobile Virtual Network Enabler) e MVNA (Mobile Virtual Network Agregator).

Existe no mercado o OMV, que são operações de frequência para celulares, disponíveis para as empresas interessadas através de leilões. Oi, Claro ou Vivo apresentam este modelo de negócio.

Chegamos, portanto, na MVNO.

O mercado é totalmente consolidado nos EUA e Europa, com tendência massiva de compartilhamento de infraestrutura. Temos como exemplos o Uber, que é a maior empresa de transporte do mundo e não dispõe de veículo algum e do Airbnb, maior rede de hotéis do mundo e que indispõe de um hotel físico. E é este o caminho que devemos seguir.

Os MVNO são operadoras que vão até as OMVs para adquirirem o direito de uso de uma frequência. E esta é a principal vantagem aqui! Você pode fidelizar seu cliente e criar um novo produto para que a experiência do usuário seja maior e melhor. Tudo isso com o nome de sua empresa.

Com o passar do tempo notaram que o gerenciamento de tantas MVNOs seria dificílimo. Surgiram então as MVNAs, empresas que agregam MVNO dentro de sua estrutura (servidores, estruturas, planos numéricos e licenças são pertencentes a empresa) e estão interligadas a uma OMV.

Do ponto de vista técnico, Eduardo Vale (CTO da America Net) aborda que “a gestão da MVNO é simples, pois as duvidas frequentes são corriqueiras e vem do cliente final. Sobre o ponto de vista de engenharia, a necessidade de grande capacidade técnica não é necessária porque já existe uma plataforma extremamente madura e estável”.

Se a empresa utilizar o Airtime de uma operadora e tomar a decisão de montar as próprias antenas, por exemplo, a alteração para os clientes é nula, pois licenças, estruturas e planos numéricos continuarão iguais.

Caso queira saber mais a respeito, estas normativas estão contidas no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações): www.anatel.gov.br.

NOME DO PROVEDOR NO DISPLAY DO CELULAR

Atualmente os chips contém um software com uma infinidade de informações. Quando inserido, o aparelho reconhece a marca da empresa juntamente com o nível de sinal da antena (que pode ser visto no canto direito superior de seu aparelho).

Sua marca nada mais é do que um perfil elétrico que é feito no SIM Card. No MVNO, a empresa passará a ter o próprio chip (com uma sequência numérica única e que está atrelada a uma MVNO) com seu logo (independentemente da região brasileira que estiver). A empresa, portanto, usará o Airtime de uma MVNE.

E SE A OPERADORA SE TRANSFORMAR EM 5G?

O próprio Eduardo Vale (CTO America Net) expõe que “estas estruturas [5G] são completamente diferentes, com planos de frequência que deverão ser alterados. O HLR (Home Location Register) dentro da plataforma 5G não existe”.

Há a necessidade de certas adaptações. Elas precisam ser feitas para que o usuário possa trabalhar com 5G, além de prepara-lo, com certa antecipação, para todas as diferenciações relacionadas às tecnologias. Para se ter uma ideia, no país existe apenas um celular que tem a capacidade de operar em 5G.

A nova geração já é uma realidade e para o ano que vem existirão leilões para compras de frequência. Mas há um caminho longo a ser percorrido, pois a maioria dos clientes ainda não pode pagar mais de 6 mil reais num aparelho que tenha esta funcionalidade.

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE COM O 4G

É normal que empresas com aporte financeiro robusto assediem as pequenas e médias, principalmente quando o assunto são provedores em cidades menores. Mas vale a pena ressaltar que o 4G agrega valor ao serviço que é prestado e fideliza o cliente.

Uma das dúvidas que ainda existem é a seguinte: se minha empresa tiver problema com a marca contratada, precisarei ficar travado nela? A resposta é não! Ocorrendo desacordos técnicos, comerciais ou operacionais, esta parceria pode ser desfeita (este tipo de contrato não pode ser simultâneo).

As experiências relacionadas à telefonia móvel utilizando o MVNO são incríveis, com cases de sucesso e quantias consideráveis de ganho. O êxito se dá também com a inserção do chip dentro do combo, pois assim há potencialização na velocidade da internet.

Com intercambio de informações, conteúdo agregado, atenção aos caminhos que o mercado realiza (inclusive neste segmento de telecomunicações) e a boa relação entre provedor e cliente, o resultado final será garantido.

Depois de todo este grande resumo referente ao 4G, suas mudanças e a inserção do MVNO, é correto afirmar que a mobilidade é o futuro.

E você, entendeu e se inteirou mais sobre o que é MVNO? Comente com a gente!