Há uma variável muito interessante quando falamos de adesão do IPv6 nas áreas empresariais. Vemos que alguns nichos inseriram até backbones para tal novidade e outros como bancos e agências demoraram mais que o normal.
Na Ásia, por exemplo, temos provedores de telefonia móvel que investiu nesta tecnologia, porém, precisou dar um passo atrás e adquirir endereços IPv4, pois havia inúmeras marcas que não tem data para fazer esta migração.
Para se ter uma ideia da necessidade da ‘versão 6’, basta citarmos que ela possibilita mais de 340 undecilhões de endereços, enquanto a versão atual conta com ‘apenas’ 4 bilhões de combinações.
Por que a transição é tão complexa?
A complexidade está no cerne das empresas. Como diversas delas estão na Ásia, mas têm suas sedes nos Estados Unidos, as mesmas manterão o IPv4. Lembrando que esta é a mais encontrada e difundida por lá. Sendo assim, gastar dinheiro para tal procedimento que seja fora de seu ‘cercado’ é incoerente na visão dos gestores.
Ao voltarmos algumas décadas, mais precisamente na de 1970, iremos lembrar que tanto os Estados Unidos quanto a Europa informatizaram seus processos tecnológicos. Atualmente, com os smartphones e toda a tecnologia propagada, notaram que a necessidade de desenvolvimento, demandaria, novamente, um grande aporte financeiro.
Antes da evolução conhecida como IPv6
Arquitetos da ‘Terra do Tio Sam’ expõem que usam apps de computador escritos na década de 1970 e que a agência onde trabalham não tem capital para fazer a contratação de material externo. Portanto, quem achava óbvia esta transição para o IPv6, pode repensar e reavaliar esta situação.
Pode parecer estranho, porém, estes apps mais antigos e com processos manuais de informatização são mais estáveis e, com isso, importantes para diversas operações. Num tempo onde a internet e a computação, de um modo geral, ‘engatinhava’, os programadores tinham poucas travas.
E, como consequência, é raríssimo encontrar profissionais com tais habilidades, tudo porque muitas linguagens são quase inutilizáveis e fora dos padrões. Com o tempo, os mais experientes vão se aposentando e não há substitutos a altura.
Enquanto as tecnologias não derem lucro suficiente para as corporações, é justificável que as mesmas deixem os upgrades de lado. O ruim disso é que este trabalho – e tudo o que vem com ele – vai se acumulando.
Depois que tudo isso foi dito, é considerável analisar que o IPv6 teria todas as facilidades de ser projetado para ‘dialogar’ melhor com o IPv4. Pois, posteriormente, a migração seria gradual e não demandaria tanto esforço.
E aí você pergunta: mas não existe nenhuma tecnologia que faça isso? Temos inúmeras e precisaríamos de uma ou duas, no máximo. Chegar a um consenso, neste caso, é tarefa cheia de particularidades.
Obs.: numa rápida pesquisa na internet, vemos que o esgotamento do IPv4 já estava previsto desde a década de 1980.
A indústria estava inerte
As grandes corporações e os desenvolvedores parecem não dialogar. Então, caso houvesse uma pequena consulta, compreenderam que seria óbvia a dificuldade nesta migração das redes.
Porém, pessoas que estiveram nestas reuniões dizem que ‘dava para contar nos dedos quais eram as indústrias presentes’. A complicação se dá, pois, tais marcas não são do ramo de Internet e não veem necessidade em participar ou se envolver (os resultados financeiros em curto prazo são pequenos).
Veja bem… Todas as empresas tem pessoal capacitado, mas não sairão dos projetos internos para comparecer a estes eventos. Há prazos de entrega e outras burocracias no meio disso.
Haverá correção deste problema?
Os técnicos e seniores responsáveis por todos os processos estão recebendo aporte de duas instituições internacionais: INTC e a IIESoc, Industry Network Technology Council e India Internet Engineering Society, respectivamente.
O intuito é fazer um trabalho em longo prazo para inserir uma cultura técnica que consiste em:
- Educar e preparar os atuais e futuros profissionais;
- Fazer a retransmissão de vários requisitos relacionados aos padrões de Internet.
Os chamados equipamentos legados é um problema recorrente. Para resumir, este tipo de conteúdo tornou-se um dos maiores impedidores para a migração entre antigos e novos protocolos – e o IPv6 entra nesta máxima.
Pensando mais centralizado no continente asiático, outra instituição chamada ISIF Ásia doou parte dos seus fundos para fazer parte do grupo que irá ‘colocar a mão na massa’ e tentar as melhorias necessárias para aquela região. O importante é notar que, independentemente do continente, todos sairão ganhando se houver sucesso nas investidas.
Para que adotem o IPv6, uma grande quantidade de empresas avalia que três barreiras precisam ser ultrapassadas para que tenham maior confiança na troca. São elas:
- Segurança;
- Conversão de aplicativos;
- Treinamento.
Toda a preocupação das três instituições citadas acima passam por esta lista. E o engajamento pode ser feito em diversas regiões do mundo.
Foco em treinamentos!
A velha máxima de que “se não há benefício para meus negócios, não faço”, é algo ilógico. Gastar uma fatia dos seus gastos para treinamento de conceitos relacionados ao IPv6 pode ser a diferença entre sucesso e fracasso futuro.
No início, muitos relutaram em inserir internet em suas empresas. Outros, ainda, barravam as redes sociais, achando que elas mais prejudicam do que beneficiaram o dia a dia. Tudo isso caiu por terra e a vida online e off-line se misturam.
Para aqueles que ainda mantêm uma cabeça fechada quanto ao IPv6, pouco a pouco surgem cursos com várias questões sobre esta nova tecnologia, visando os que estão acostumados com o IPv4.
O próprio ISIF Ásia já expôs aulas laboratoriais em webinar e o melhor, foi gratuito e não era necessário qualquer tipo de equipamento para tal participação. Foram abordados temáticas bastante relevantes para a área, como:
- Prefixos;
- Endereços Unicast;
- Endereços Multicast;
- Endereços Anycast;
- Métodos de alocação de Endereços IP.
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Fonte: Apnic